sexta-feira, 8 de julho de 2011

Educação-Sociedade-Ambiente-Psicanálise: Mais Uma Dose Sobre Sexualidade

Educação-Sociedade-Ambiente-Psicanálise: Mais Uma Dose Sobre Sexualidade: "Publicado em : Revista Extra, A no 6 - Maio 2011 - nº 47 “Ser um homem feminino Não fere o meu lado masculino Se Deus é menina e meni..."

Ambiente e Cidadania

Publicado em: Revista Cotoxó
Ano IV - Junho 2011 - nº XXIII
 

Silvana do Nascimento
Analista Universitária do DCB-UESB
Doutoranda em Ensino, Filosofia e História das Ciências- UFBA

O 5 de junho é considerado como o dia mundial do Meio Ambiente. Mas, o por que de uma data específica para o ambiente? Será que é apenas nessa data que se devem voltar à atenção para o campo ambiental?  E no decorrer do ano, o que é feito para discutir, repensar, gerenciar e solucionar questões sobre os impactos ambientais?
No mês em que se comemora o dia mundial do ambiente, torna-se ainda mais propício a reflexão sobre as relações que se estabelecem nele, mesmo diante da vergonhosa aprovação da Câmara de Deputados do Novo Código Florestal.
Torna-se de extrema importância a sua participação mais ativa na sociedade, buscando conhecer o que está sendo feito em prol do ambiente sustentável. Por meio da participação social e política é possível ampliar a previsão e prever melhores efeitos da ação humana sobre o ambiente, desta forma, se exerce o poder político, e não apenas deixando que outros atores sociais atuem por nós, pois como destaca bem Penteado (2007), na lógica capitalista, os efeitos e a forma de lidar com a ação humana são pensados pelos técnicos e especialistas, e a população em geral é excluída de qualquer decisão, apesar de ser atingida pelas decisões e reagir a elas, podendo colaborar, dificultar e impedir dependendo dos seus interesses.
Somos bombardeados por notícias sobre os impactos ambientais e suas conseqüências a vida em nosso planeta, isso é o suficiente para motivar o exercício do papel de cidadão atuante. Vale ressaltar que a cidadania vai além dos conjuntos de deveres e direitos dos indivíduos, o seu exercício refere-se a comportamentos desenvolvidos para lidar com os direitos e deveres, sendo aprendido quando o indivíduo participa de ações para a resolução de problemas que o afetam e, consequentemente, afetam também o ambiente.
Então, já parou para pensar como você tem atuado na sociedade? Nas funções em que você ocupa qual a parcela de contribuição que tem destinado ao ambiente? Qual a bandeira que você levanta a de espectador, simpatizante ou atuante no contexto ambiental? Você participa de algum grupo local que mobiliza conhecimentos, atitudes e ações em prol do desenvolvimento sustentável? Bom, caso ainda não tenha pensando nessas questões, o momento é agora, pois nunca é tarde para rever conceitos e atitudes. O que importa é participar de forma consciente e crítica. Portanto, mãos a obra, pois não é o ambiente que precisa dos seres humanos, somos nós que precisamos dele, porque somos sua parte integrante.
Finalizo esse texto deixando uma mensagem que vem a calhar neste mês de festas juninas, mas que transcende a essa festa popular:
“... Quando "oiei" a terra ardendo
Qual a fogueira de São João
Eu perguntei a Deus do céu, ai
Por que tamanha judiação...

...Que braseiro, que fornaia
Nem um pé de "prantação"
Por farta d'água perdi meu gado
Morreu de sede meu alazão...”
(Asa Branca: Luiz Gonzaga/Humberto Teixeira)

SAIBA MAIS EM:
CARVALHO, Isabel Cristina de Moura. Educação ambiental: a formação do sujeito ecológico. São Paulo: Cortez, 2008.

PENTEADO, Heloisa Dupas. Meio Ambiente e formação de professores. São Paulo: Cortez, 2007.

Mais Uma Dose Sobre Sexualidade

Publicado em : Revista Extra, Ano 6 - Maio 2011 - nº 47
 

“Ser um homem feminino
Não fere o meu lado masculino
Se Deus é menina e menino
Sou Masculino e Feminino...”

Considerando que a sexualidade é construída ao longo do desenvolvimento do sujeito, e que sofre interferência das relações sociais, podemos considerá-la com base no conceito de dispositivo histórico de Foucault (1988), em que a sexualidade faz parte da invenção social, na medida em que é constituída a partir dos variados discursos sobre o sexo, em que regulam, normatizam e elaboram conhecimentos.
Partindo deste princípio, percebemos no âmbito da sexualidade especificamente no que tange a identidade sexual e demais identidades sociais, que os contextos culturais e históricos influenciam de forma diferenciada os sujeitos.
“... Olhei tudo que aprendi
E um belo dia eu vi...”
Conforme Louro (2000) enquanto sujeitos possuímos várias identidades, como a sexual e a de gênero, a racial, a de nacionalidade e outras mais, apresentando caráter provisório, contraditório e até mesmo divergentes,  que  dependendo do valor que o sujeito empregue, muitas podem ser desprezadas e substituídas. Portanto, podemos constatar o caráter histórico e plural em tais identidades principalmente a sexual e de gênero.
“... E vem de lá!
O meu sentimento de ser
Meu coração!
Mensageiro vem me dizer...”
Você deve estar a se perguntar: Como pode ser isso? A minha identidade sexual é provisória? Não! Já tenho muito bem definido a minha orientação sexual! Note, tudo vai depender da leitura, experiência, representações, simbologias do sujeito. Realmente, pode ser difícil aceitar tais considerações, pois desde muito tempo atrás utilizamos a identidade sexual com algo absoluto que nos define e representa, tornando muito requerida no nosso cotidiano, como por exemplo, no preenchimento de formulários, fichas de contratação para emprego, nos papeis sociais e familiares, enfim, entre outras  instâncias, e tal identidade se torna a referencia mais considerada para identificar o sujeito.
“... Salve, salve a alegria
A pureza e a fantasia...”
Talvez por ser tão valorizada e requerida em muitas circunstâncias,  sujeitos sociais se colocam na posição de julgar o outro a partir da orientação ou condição sexual. O que favorece a disseminação de preconceito e intolerância aquilo que é diferente e plural. Lembrando que todos nós temos o direito de ir e vir.
Música: Masculino e Feminino
Composição : Baby Consuelo, Didi Gomes e Pepeu Gomes
LEIA MAIS:
FOUCAULT, Michel. História da sexualidade, V.1: A vontade de saber. Graal ed. Rio
de Janeiro: 1988.
LOURO, Guacira Lopes. Pedagogias da sexualidade. IN: LOURO, Guacira Lopes (Org). O corpo educado: pedagogias da sexualidade: Autentica: Belo Horizonte, 2000.