Ano IV - Junho 2011 - nº XXIII
Silvana do Nascimento
Analista Universitária do DCB-UESB
Doutoranda em Ensino, Filosofia e História das Ciências- UFBA
O 5 de junho é considerado como o dia mundial do Meio Ambiente. Mas, o por que de uma data específica para o ambiente? Será que é apenas nessa data que se devem voltar à atenção para o campo ambiental? E no decorrer do ano, o que é feito para discutir, repensar, gerenciar e solucionar questões sobre os impactos ambientais?
No mês em que se comemora o dia mundial do ambiente, torna-se ainda mais propício a reflexão sobre as relações que se estabelecem nele, mesmo diante da vergonhosa aprovação da Câmara de Deputados do Novo Código Florestal.
Torna-se de extrema importância a sua participação mais ativa na sociedade, buscando conhecer o que está sendo feito em prol do ambiente sustentável. Por meio da participação social e política é possível ampliar a previsão e prever melhores efeitos da ação humana sobre o ambiente, desta forma, se exerce o poder político, e não apenas deixando que outros atores sociais atuem por nós, pois como destaca bem Penteado (2007), na lógica capitalista, os efeitos e a forma de lidar com a ação humana são pensados pelos técnicos e especialistas, e a população em geral é excluída de qualquer decisão, apesar de ser atingida pelas decisões e reagir a elas, podendo colaborar, dificultar e impedir dependendo dos seus interesses.
Somos bombardeados por notícias sobre os impactos ambientais e suas conseqüências a vida em nosso planeta, isso é o suficiente para motivar o exercício do papel de cidadão atuante. Vale ressaltar que a cidadania vai além dos conjuntos de deveres e direitos dos indivíduos, o seu exercício refere-se a comportamentos desenvolvidos para lidar com os direitos e deveres, sendo aprendido quando o indivíduo participa de ações para a resolução de problemas que o afetam e, consequentemente, afetam também o ambiente.
Então, já parou para pensar como você tem atuado na sociedade? Nas funções em que você ocupa qual a parcela de contribuição que tem destinado ao ambiente? Qual a bandeira que você levanta a de espectador, simpatizante ou atuante no contexto ambiental? Você participa de algum grupo local que mobiliza conhecimentos, atitudes e ações em prol do desenvolvimento sustentável? Bom, caso ainda não tenha pensando nessas questões, o momento é agora, pois nunca é tarde para rever conceitos e atitudes. O que importa é participar de forma consciente e crítica. Portanto, mãos a obra, pois não é o ambiente que precisa dos seres humanos, somos nós que precisamos dele, porque somos sua parte integrante.
Finalizo esse texto deixando uma mensagem que vem a calhar neste mês de festas juninas, mas que transcende a essa festa popular:
“... Quando "oiei" a terra ardendo
Qual a fogueira de São João
Eu perguntei a Deus do céu, ai
Por que tamanha judiação...
Qual a fogueira de São João
Eu perguntei a Deus do céu, ai
Por que tamanha judiação...
...Que braseiro, que fornaia
Nem um pé de "prantação"
Por farta d'água perdi meu gado
Morreu de sede meu alazão...”
Nem um pé de "prantação"
Por farta d'água perdi meu gado
Morreu de sede meu alazão...”
(Asa Branca: Luiz Gonzaga/Humberto Teixeira)
SAIBA MAIS EM:
CARVALHO, Isabel Cristina de Moura. Educação ambiental: a formação do sujeito ecológico. São Paulo: Cortez, 2008.
PENTEADO, Heloisa Dupas. Meio Ambiente e formação de professores. São Paulo: Cortez, 2007.